terça-feira, 21 de outubro de 2008

Folga

Apesar do tempo de vacas magras, Jarubowski não abria mão de seus pequenos prazeres. Tocar seu contrabaixo era um deles. Envolto pela fumaça espessa do cigarrinho de palha, o pseudo-governador de Bouilly pensou no que iria tocar naquela hora da fresca madrugada: um Jaco Pastorius? Um John Entwistle discreto? Um Geddy Lee das antigas? Jarubowski tinha tempo de sobra para decidir. Estava de férias. Nada de caçar alienígenas em Plutão. Nada de lutar contra vampiras fluorescentes no quadrante de Tommykrauze. A penas uma sucessão de cigarros de palha comprados na banquinha de Monsieur Dukka e – quem sabe – alguma revista de música, de sacanagem ou de fissão nuclear.
Sim, o poderoso Jarubowski estava de bem com a vida; de bem com o silêncio de sua existência. Nada poderia perturbar o som de seu contrabaixo.
Nada poderia estremecer as bases do bom rapaz.

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