sexta-feira, 24 de outubro de 2008

...

Hymn of Hatred (por Robert E. Howard)

Oh, brother coiling in the acrid grass,
Lift not for me your sibilant refrain:
Less deadly venom slavers from your fangs
Than courses fiercely in my every vein.

A single victim satisfied your hate,
But I would see walled cities crash and reel,
Gray-bearded sages blown from cannon-mouths,
And infants spitted on the reddened steel.

And I would see the stars come thundering down,
The foaming oceans break their brimming bowl –
Oh, universal ruin would not serve
To glut the fury of my maddened soul!

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Ragazza Infernale

Quando adentrei o quarto 3030 da espelunca, lá estava ela, deitada sobre a cama desfeita por inúmeros atos de amor, fumando seu 47o Gitanes do dia.
Apesar de suas tendências cancerígenas, ela continuava o mesmo anjo diabólico de sempre; capaz de desarmar o mais astuto dos agentes com um simples e molhado estalar de seus carnudos lábios. E com a certeza de sair impune estampada em seus negros olhos. O calor da noite apenas reforçava sua capacidade de torturar aqueles que nada mais podiam fazer ante tanta beleza fatal.
Ao fechar a porta atrás de mim, senti que abria os portões de algum inferno particular, habitado por deuses embriagados e fantasmas falastrões; um inferno sem esperança para a lama, e cujo território era regido por Madame Betty.

Folga

Apesar do tempo de vacas magras, Jarubowski não abria mão de seus pequenos prazeres. Tocar seu contrabaixo era um deles. Envolto pela fumaça espessa do cigarrinho de palha, o pseudo-governador de Bouilly pensou no que iria tocar naquela hora da fresca madrugada: um Jaco Pastorius? Um John Entwistle discreto? Um Geddy Lee das antigas? Jarubowski tinha tempo de sobra para decidir. Estava de férias. Nada de caçar alienígenas em Plutão. Nada de lutar contra vampiras fluorescentes no quadrante de Tommykrauze. A penas uma sucessão de cigarros de palha comprados na banquinha de Monsieur Dukka e – quem sabe – alguma revista de música, de sacanagem ou de fissão nuclear.
Sim, o poderoso Jarubowski estava de bem com a vida; de bem com o silêncio de sua existência. Nada poderia perturbar o som de seu contrabaixo.
Nada poderia estremecer as bases do bom rapaz.

Cara Metade

Jonesy Harper era o único detetive particular contaminado por uma peculiar dupla personalidade que simplesmente o deixava louco em questão de segundos. Sua insólita condição o salvara inúmeras vezes de grandes enrascadas, fosse nas mãos sujas de políticos, fosse à mercê de gangues de adolescentes sedentas de sexo. Aquele que antes parecia um fracote engomadinho logo se transformava em uma criatura insana que destruía tudo ao seu alcance para encontrar o que desejava.
Uma noite, entretanto, Harper resolveu virar bicho em frente a uma boate de strip de quinta, e logo tomou dois socos do leão-de-chácara de três metros.
Lá dentro, Lubna, stripper de descendência eslava, efetuava um lap-dance por módicos duzentinhos...

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Últimas Frases ao Celular (Parte 01)

“...O problema é que está chovendo e eu estou no meio de um tiroteio...”

Uma máquina para fazer besteira


Edward Röckwell inseriu a moedinha de dez centavos no ciclotrón plasmático e esperou até que a mesma resvalasse até o ponto H da máquina. Assim que ouviu o som característico, Röckwell puxou a diminuta alavanca de aço escovado e pôs a máquina para funcionar. O breu se fez de imediato, mas Röckwell estava consciente, pensando em todos aqueles momentos que o fizeram construir o polêmico ciclotrón plasmático. Haveria mesmo uma forma de ser transportado para outros mundos, em outras dimensões? Estava Edward Röckwell prestes a revolucionar a viagem no tempo? Ele era o último a ter respostas para tais questões. Estava em um escuro diferente, com apenas um zumbido abafado por companhia e a sensação de incapacidade ante o desconhecido. Mesmo assim, Röckwell manteve a calma e, aos poucos, percebeu que o zumbido diminuía à medida que seus olhos começavam a entrever uma certa luminosidade.
Quando finalmente seus olhos perceberam o resultado do experimento, Edward Röckwell não soube como se comportar. Estava cercado de criaturas horrorosas, monstros de quatro olhos e demais seres nojentos pra caramba. Sem pestanejar – ou quase –, Röckwell sacou a Glock que sempre levava consigo naqueles tipos de experimentos e descarregou um pente inteiro enquanto abria caminho entre os alvos.