terça-feira, 21 de outubro de 2008

Ragazza Infernale

Quando adentrei o quarto 3030 da espelunca, lá estava ela, deitada sobre a cama desfeita por inúmeros atos de amor, fumando seu 47o Gitanes do dia.
Apesar de suas tendências cancerígenas, ela continuava o mesmo anjo diabólico de sempre; capaz de desarmar o mais astuto dos agentes com um simples e molhado estalar de seus carnudos lábios. E com a certeza de sair impune estampada em seus negros olhos. O calor da noite apenas reforçava sua capacidade de torturar aqueles que nada mais podiam fazer ante tanta beleza fatal.
Ao fechar a porta atrás de mim, senti que abria os portões de algum inferno particular, habitado por deuses embriagados e fantasmas falastrões; um inferno sem esperança para a lama, e cujo território era regido por Madame Betty.

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